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A capa do JN de 11 de Fevereiro titula “ Faltas de professores baixaram para metade”.
É mentira. Pode parecer um preciosismo da minha parte, mas não é. Estamos perante um informação de má qualidade. É cometido um erro relativo de 25% na afirmação que é feita. Se acreditarmos nos números, ( que ninguém viu nem sabe como são contabilizados), diminuiu de 10% para 6% o número de faltas. Metade seria para 5%. Como se desvia 1% da verdade num total de 4%, estamos perante um desvio relativo de 25%, entre a queda real e a publicitada.
Toda a notícia serve para cantar loas às aulas de substituição como sendo a causadora dessa diminuição, sem haver qualquer dado que confirme essa conclusão, partindo de um título mentiroso.
Não se pretende analisar a situação do absentismo mas glorificar as aulas de substituição.
Basta ler este parágrafo:
“Não é possível fazer uma relação directa entre a diminuição das faltas e a obrigatoriedade de as escolas preencherem os famosos "furos", mas o Ministério da Educação acredita que as aulas de substituição deram "um poderoso contributo" para a quebra do absentismo dos docentes.”
( o sublinhado é da minha autoria)
Temos um Ministério a trabalhar com base na fé e não no saber.
Concluem a partir do “nada”, daquilo que mais convém, esquecendo outros factores importantes. A diminuição, ainda apenas previsível no 1º período, do número de faltas ao abrigo do artigo 102, o fecho de centenas de escolas do 1º ciclo, com o deslocamento de professores para mais perto da sua área de residência, a previsível influência do número de faltas na progressão na carreira, e aquele que poderá ser o mais relevante: a possibilidade de permuta. Este último factor terá evitado muitas faltas. Conheço muitas situações de faltas evitadas por existência de permuta, não conheço nenhum caso em que alguém não faltasse por saber que seria substituído.
Quanto às aulas de substituição, podem existir muitos argumentos que as justifiquem, mas fico à espera da demonstração que elas são um factor relevante da diminuição das faltas dos professores. A minha formação académica leva-me a que, embora admita todas as hipóteses, apenas aceite como verdadeiro aquilo que me conseguem demonstrar.
Temos uma Ministra da Educação muito preocupada com as faltas dos professores, embora se devesse preocupar com as faltas de alguns professores. (mas ela gosta de fazer generalizações abusivas)
Temos uma Ministra que marca reuniões de correctores de provas de aferição do 6º ano, nas horas em que os alunos deveriam estar com esses mesmos professores. Tanta preocupação com as faltas, para depois ordenar aos professores de português que faltem às suas aulas, para tratarem de um assunto, que como já referi, deveria ser resolvido depois das aulas terminarem.
Bem prega frei Tomás, olhem para o que ele diz, não olhem para o que ele faz.