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Mas será que é verdade o que se vai sabendo das reuniões para definição da rede escolar para o próximo ano lectivo?
Será que os senhores que exercem os cargos de decisão estão no seu perfeito juízo, se o que consta é verdade?
Quando será que esses senhores, cujos filhos nunca sofrem com as decisões que tomam, deixam de querer ser os donos de todos?
É muito fácil decidir sobre assuntos que não nos afectam.
Será que é verdade que se vão ser colocadas turmas do 1º ciclo em escolas EB 2/3?
Será que também pensam duplicar, pelo menos, o número de auxiliares de acção educativa para assim se poder garantir a segurança dos mais novos?
Obviamente que caso esta situação, de colocar crianças de 6 e 7 anos no mesmo local de jovens com 14,15 e 16 anos, se concretize, quem tiver possibilidades económicas, irá imediatamente colocar os seus filhos nos mesmos colégios privados que já são frequentados pelos filhos dos decisores.
Qualquer encarregado de educação sabe que esta mistura será péssima para os seus filhos. Uns terão dinheiro para os proteger, outros não.
Continua a matar-se a escola pública.
Este será um grande passo para continuar a criar escolas privadas para elites económicas e sociais, e escolas públicas para os “outros”.
Todos os dias, depois das oito e trinta, cumpro um dos meus deveres de encarregado de educação entregando uma criança no infantário.
No mesmo edifício funciona o 1º ciclo do ensino básico, que inicia as suas aulas às oito horas.
Quotidianamente observo alunos a chegarem com mais de meia hora de atraso à escola, saindo dos automóveis dos seus pais e encaminhando-se muito calmamente para as salas. Muitos deles são repetentes nessas situações.
É lamentável a atitude destes encarregados de educação ao incutirem estes comportamentos nos seus filhos. Entre muitos aspectos negativos que poderiam ser enunciados, apenas quero referir dois: revelam um total desrespeito pela Escola e incentivam a desresponsabilização, mostrando que as regras não são para cumprir, e que não existem consequências quando não são cumpridas. De nada vale a escola tentar educar, quando o exemplo de deseducação vem dos próprios encarregados de educação.
Não sei o que a Escola pode fazer nestas situações, mas provavelmente nada, a não ser “implorar” repetidas vezes aos encarregados de educação que façam chegar os seus filhos a horas à escola.
Na educação pré-escolar é muito importante a relação estabelecida entre a Educadora e a criança. Num momento em que a criança abandona a segurança da relação com os pais é importante haver estabilidade dentro da sala de aula. Torna-se assim relevante manter a mesma educadora e a mesma auxiliar durante todo o ano em contacto com os mesmos alunos. Só por motivos de força maior deverá haver mudanças.
Neste contexto é difícil perceber a quantidade de estagiários que povoam algumas salas deste nível de ensino. Se é certo que os alunos das Escolas Superiores de Educação necessitam fazer estágio, não deixa de ser verdade, também, que um elevado número de estagiários na mesma sala vai perturbar o relacionamento das crianças com a Educadora titular da turma, inibindo o relacionamento social das mais tímidas. Ter três estagiárias às segundas, terças e quartas-feiras, ter outras três diferentes à quinta-feira, ficando apenas a sexta-feira para a educadora responsável pela turma, é, na minha opinião, demasiado.
Os responsáveis pela gestão dos agrupamentos têm que ter mais atenção a esta situação.
Ontem estive a ler o livro de Nuno Crato, “O eduquês em discurso directo”. Genericamente concordo com o que o autor expõe, fundamentado em dois motivos:
a) Como docente, sinto-me afogado em contextualizações, tendo a noção que sobre determinados conteúdos programáticos os alunos não aprenderam nada e eu não ensinei nada, porque não sabia aquilo que os alunos teriam de aprender. Essa sensação tive-a com enorme intensidade o ano passado, quando leccionei o 10º ano do novo programa de Física e Química A. Este ano, leccionando o 11º ano, talvez esteja um pouco mais “descontextualizado” e não me sinto tão inútil.
b) Possuo em caso um típico produto do construtivismo no ensino da matemática no 1º ciclo. É uma vítima, como tantos milhares de outras por este país, e que talvez venham a representar uma geração perdida para a matemática.
Recebi hoje o convite da Directora de Turma da minha filha para ir à entrega das avaliações do 2º período.
O tempo marcado para atendimento é de 90 minutos, (das nove horas às dez e meia), o que na turma em questão, que tem 26 alunos, dá cerca de 3 minutos por aluno.
Obviamente, que se todos os Encarregados de Educação comparecerem, e deve-se sempre contar com isso, não é possível existir qualquer diálogo.
Para que serve então esta ida à escola?
Apenas para fingir uma suposta “participação” dos Encarregados de Educação no processo.
Com o tempo previsto para o atendimento, é óbvio que não existe qualquer vontade de ter uma conversa mais produtiva, mas apenas dizer bom dia, desejar boas-férias e nada mais.
Se a ideia é entregar as avaliações numa reunião comum, então seria melhor enviar pelos correios, as horas de trabalho que os Encarregados de Educação não perderiam seriam um contributo para o aumento do PIB.
É interessante notar que o “convite” afirma:
“É importante a sua presença para que, através da troca de informações, possamos contribuir para o sucesso do aluno”
Essa troca de informações é puramente irreal. Não é possível.
Eu até admito, que a Directora de Turma, se for necessário, permaneça toda a manhã a atender os Encarregados de Educação, mas nesse caso haverá quem provavelmente passe algumas horas à espera para ter apenas um breve encontro, situação que já ocorreu comigo, quando a minha filha ainda frequentava o 1º ciclo.
Se há a pretensão trocar informações, há que disponibilizar tempo, e para isso é necessário começar a marcar horas diferentes para receber os Encarregados de Educação. Não se pode mandar as pessoas todas à mesma hora, obrigando-as a ficar imenso tempo numa espera que por vezes gera situações conflituosas
Já é tempo de as escolas trabalharem estas situações com mais eficiência e profissionalismo, e tratarem com mais respeito os utentes, neste caso, Encarregados de Educação.
A minha opinião não pretende evidenciar uma atitude de oposição à Directora de Turma, que como óbvio apenas se limita a cumprir as regras da escola. Estou é contra os órgãos dirigentes desta escola e de outras que não estão a cumprir eficazmente a função para a qual foram eleitos: gerir a escola.
Com o encerramento das escolas do 1º ciclo pretende-se, de acordo com a senhora ministra da educação, uma melhoria das condições de ensino-aprendizagem.
Haverá alunos que terão que se levantar muito cedo, chegar a casa muito tarde, mas nada demoverá os defensores da medida.
Eu sugeria à senhora ministra da educação que fizesse, junto das escolas do 3º ciclo e das secundárias, e até de algumas do 2º ciclo, embora pense que a situação ocorra nestas com menos frequência, um levantamento das actas em que é indicada como uma das causas do insucesso escolar dos alunos o tempo passam na viagem casa-escola-casa, não tendo tempo para estudar, ou para ter “tempo familiar”.
Sem dúvida que ela concluirá que essas análises estão todas erradas, e que a sua “medida pedagógica” é a mais correcta.
Sendo evidente que não é possível nem desejável manter escolas com dois ou três alunos, em que o isolamento trará mais prejuízos que as longas deslocações, só critérios economicistas explicam o encerramento de escolas que têm mais de 10 alunos.
Penso ainda que seria desejável juntar os alunos de duas ou três escolas que encerrassem numa delas, em vez de remeter todos os alunos para a sede do concelho, ou para uma vila, muitas vezes a vários quilómetros de distância.
A informação 09(II)/05 do GAVE, relativo ao exame de Física e Química A inclui no seu texto o seguinte parágrafo.
“A prova inclui um formulário básico de Física e de Química e ainda uma Tabela Periódica.”
Entretanto o formulário surgiu, eu espantei-me com o conteúdo, expressei perante alguns colegas as minha dúvidas, mas provavelmente outros terão expressado as perplexidades mais alto, pois surgiu um esclarecimento no site do GAVE, sem data nem assinatura, de que cito a parte relevante:
“…No sentido de diminuir a componente de memorização na avaliação externa, optou-se por apresentar, em cada uma das referidas provas de exame, um formulário que inclui expressões que o examinando poderá utilizar na resolução de alguns itens.
No entanto, todas as expressões, conceitos e leis referidos nos Programas são passíveis de integrarem as provas de exame podendo constar, ou não, dos formulários.”
Sem dúvida que este “esclarecimento” nasce da reclamação por algumas fórmulas “básicas” não se encontrarem lá expressas.
Por “formulário básico” eu entendo um conjunto de fórmulas a partir das quais poderiam ser deduzidas todas as outras necessárias. Não é isso que sucede.
Algumas fórmulas ausentes da lista, não podem ser, de acordo com os programas, deduzidas das que são apresentadas.
Para que serve então um “formulário básico” que afinal não é básico?
Se não discuto de forma alguma que qualquer “fórmula” que esteja referida no programa possa estar no exame, já não compreendo que perante um “formulário básico” qualquer fórmula, que os autores da lista não consideraram básica, não possa ser deduzida das básicas.
Para mim é óbvia a contradição entre a informação 09(II) e o “esclarecimento”. O formulário deixou de ser “básico”.
Sem dúvida que alguém fez o “trabalho de casa”mal feito.
A senhora ministra da educação desfaz-se em explicações sobre o encerramento das escolas do 1º ciclo.
Eu ouço as explicações, percebo o que ela quer dizer, numas situações concordo e noutras discordo, mas... fico sempre com uma dúvida.
Para quem está a ela a falar?
A quem pretende ela fornecer explicações quando não pára de usar a palavra paradigma e a expressão mudança de paradigma?
Fala para os jornalistas, para os políticos, para os professores, ou para a grande maioria dos que irão ser afectados com a medida?