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A situação aqui descrita merece ser anunciada e denunciada.
É este o resultado da privatização do 1º ciclo. Não só está em causa a qualidade do serviço que possa ser prestado, mas a forma como é prestado.
Não há lei neste país que possa condenar quem propõe semelhante contrato? Qualquer proposta de contrato é admissível?
É a escravatura dos tempos modernos e desse modo deveria ser encarada pela lei.
São estes os caminhos que a educação trilhará nos tempos que se avizinham, salvaguardados pela actualmente gloriosa “lei do mercado”.
È a lei da selva, em que apenas o mais forte sobrevive, patrocinada pelo Ministério da Educação e por este governo.
Parece que se descobriu agora que em muitos locais as actividades de complemento curricular do 1º ciclo estão a ser pagas pelos encarregados de educação.
Não percebo qual é o espanto!
Não seria de esperara nada diferente.
A partir do momento em que o Ministério da Educação procedeu à privatização destas actividades, não fazendo a sua administração directa, mas transferindo verbas para autarquias e associações de pais, não era de esperar nada de diferente. Agora a culpa não é do Ministério, mas sim de quem não saber gerir as verbas que a tutela considera serem as suficientes.
Um pouco mais de ponderação, antes da assinatura apressada de protocolos, associada a uma análise ponderada das consequências que daí adviriam teria permitido evitar estas situações.
Não havia, nem há, nenhuma razão, a não ser conseguir uma maneira de fingir que paga sem pagar o necessário, para que não fossem as próprias escolas a fazer a gestão destas actividades.
O prolongamento dos horários escolares no 1º ciclo tem algumas consequências que não são sentidas pelos grandes defensores desta medida.
Quantos são os trabalhadores por conta de outrem que têm possibilidade de diariamente colocar os filhos na escola às nove horas da manhã? Quantos são aqueles que têm uma disponibilidade horária para os ir buscar às cinco e meia da tarde?
São poucos. Muito poucos. Esta medida de alargamento facilita a vida a quem tem um horário flexível ou trabalha por conta própria. Quem tem horários fixos e rígidos tem grandes problemas em conciliar os seus horários com os dos filhos.
Com as escolas a funcionarem em regime de desdobramento, muitas das crianças frequentavam ATL´s, que os ocupavam no meio-dia em que não estavam na escola. Os novos horários escolares não permitem que os alunos frequentem estes espaços.
Este novo horário não está adaptado à realidade social portuguesa, em que pai e mãe trabalham fora de casa. Este novo horário vem perturbar ainda mais a já difícil vida familiar de muitos portugueses.
Além disso esta medida de alargamento é um passo para retirar do currículo do 1º ciclo, a educação musical, a educação visual, a educação física, o inglês e a informática, passando tudo isto para actividades extra-curriculares. Este tema, devido à sua gravidade, virá a ser desenvolvido neste blogue num dos próximos posts.