Domingo, 26 de Fevereiro de 2006
Algo terá de mudar nas metodologias dos professores do 1º ciclo.
Com o chamado "prolongamento de horário", que tem por objectivo proporcionar aos alunos um conjunto de actividades não curriculares, não se pode pretender que as crianças ainda tenham trabalhos de casa ,(TPC), para fazer, pois normalmente, os TPC seriam feitos nas horas que passam a ser dedicadas às actividades não curriculares.
Não havendo esse tempo disponível para a consolidação dos conhecimentos, que é uma das funções importantes dos TPC, nem para a aquisição de hábitos de estudo,outra das suas funções, tudo terá que mudar na sala de aula.
Estão os professores, as metodologias e os conteúdos adaptados a esta nova situação? Eu não tenho dúvidas na repostas. Não estão!
A aprendizagem de conteúdos terminará quando os alunos sairem da sala. Infelizmente ninguém aborda este assunto. Os governantes e "pedagogos" falam do insucesso, das múltiplas actividades na escola, mas esta mudança não é referida. Talvez porque essa abordagem mostrasse aspectos que se pretendem ocultar.
Posso estar enganado, mas a "próxima revolução do 1º ciclo" vai considerar que os alunos se dispersam em demasiadas actividades, faltando o tempo para o estudo e consolidação de conhecimentos.
Sexta-feira, 24 de Fevereiro de 2006
Ouvi ontem o primeiro-ministro José Sócrates, referir que uma das razões para fechar algumas das escolas do primeiro ciclo seria a existência de um estudo demonstrativo de que o insucesso é maior em escolas com poucos alunos.
Não conhecendo o estudo, e admitindo que ele existe, essas conclusões podem ser contestadas. O reduzido número de alunos está associado a zonas pouco povoadas, em que os factores de âmbito social, cultural e económico dos alunos influênciam de forma acentuada o rendimento escolar.
O primeiro-ministro tirou do referido estudo as conclusões à sua medida e conveniência política.
Não rejeitando a necessidade de se encerrarem algumas escolas, parece evidente que todo este movimento de fechar portas tem em vista poupar dinheiro, camuflando esse objectivo principalcomo uma medida de âmbito pseudo-pedagógica.