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Num tempo em que o país mergulhou na futebolândia, o futebol também será o tema deste texto, numa analogia com o que ocorre na educação.
A ideia surgiu-me a propósito do comportamento dos jogadores portugueses e holandêses no último jogo Portugal-Holanda.
Profissionais que estão a ser pagos da forma como são, para jogar na selecção, não têm o direito de ter aquele tipo de comportamento.
Eles, que são apontados como exemplo para a juventude, que com a cumplicidade do governo são apontados como estando a representar Portugal, quando na verdade são um grupo profissional em representação da Federação Portuguesa de Futebol e pagos por esta milionariamente, deveriam ser publicamente criticados pelos seus actos.
Na proposta de ECD do Ministério da Educação está uma alínea no que concerne aos deveres dos professores que afirma: “ Demonstrar… equilíbrio emocional nas mais variadas circunstâncias”
Um professor se o agredirem deve demonstrar… equilíbrio emocional, se o insultarem deve demonstrar… equilíbrio emocional, se for humilhado deve demonstrar… equilíbrio emocional, no entanto vemos os lideres políticos a aplaudirem a falta de equilíbrio emocional de um grupo de futebolistas mal comportados, que insistem em afirmar que representam Portugal.
É impressionante como o “jornalismo de cachecol” das nossas televisões aplaude a “falta bem tirada por Figo”. É este aplauso que incita a sociedade portuguesa a agir como o fez na epidemia que grassou em Guimarães há uns anos na semana das provas globais. É o chamado chico-espertismo nacional.
Ainda a propósito do mesmo jogo há uma outra analogia com a educação. Quase toda a gente refere que a arbitragem foi péssima. Mas porquê? Ainda não vi nenhum dos críticos referir que tenha havido um único cartão amarelo mal aplicado. Há quem refira até que deveria ter havido mais. Então o que é que esteve mal? Não houve espectáculo e o importante não é o cumprimento das regras do futebol mas sim a existência de espectáculo.
Para os críticos, apesar das regras indicarem que deveriam ser mostrados os cartões amarelos, o árbitro não o deveria fazer. A culpa é dele e não dos jogadores mal formados.
Na educação há situações semelhantes. Todos acham que o professor deve disciplinar, mas se numa sala de aula, para que esta decorra normalmente, o professor tiver que retirar regularmente alunos da sala, a culpa passa a ser do professor e não do aluno que se porta mal.
Se o professor é muito exigente e obriga os seus alunos a trabalhar muito, toda a gente acha bem. Enquanto leccionar uma turma de bons alunos que cumprem as indicações e trabalham, esse professor é um “ génio da pedagogia e do bom trabalho”, quando os alunos não cumprem, não estudam e começam a surgir as reprovações o professor já não presta, embora os alunos possam não trabalhar nada.
A culpa é do professor e não do aluno que não estuda.
A exigência deixa de ser importante, para que apareça o espectáculo, (neste caso, a estatística dos bons resultados).